quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

5 milhões de Extraterrestres enterrados no Novo México

Em 1982 a Warner Communications tinha todos os motivos do mundo para comemorar. Afinal, em 1976 haviam adquirido a Atari de Nolan Bushnell pela bagatela de 28 milhões de dólares. Em pouco tempo, os lucros da companhia superaram os 2 bilhões de dólares, transformando-se em um negócios mais bem sucedidos da história.

Pensando em aumentar mais essas cifras, a Warner entrou em contato com Steven Spielberg e a Universal Studios, para que pudessem obter os direitos de produção para um jogo, que seria lançado para o Atari 2600, baseado no filme E.T., o Extraterrestre. Era o início de uma fórmula praticada ainda nos dias de hoje: o lançamento de jogo$ baseado$ em filme$ de $uce$$o. Certamente, pensava o pessoal da Warner, um jogo baseado em um sucesso de bilheteria incontestável como ET, o Extraterrestre, haveria de render alguns milhões de dólares à companhia.


A programação do game ficara sob a responsabilidade de Howard Scott Warshaw, que já havia programado a adaptação "Raiders of Lost Ark", um dos mais complexos jogos lançados para o mesmo Atari 2600. Como a Warner queria lançar o jogo a tempo para a temporada de natal de 1982, Warshaw teve menos de 6 semanas para programar o jogo. Para vocês terem uma idéia, um jogo de Atari demorava, em média, 6 meses para ser programado. O resultado disso tudo foi um jogo que hoje é listado em qualquer ranking de piores de todos os tempos e que, já naquela época, foi um fracasso de vendas, contribuindo para o "crash" do mercado de videogames em 84 e gerando um "encalhe" de cartuchos nos depósitos da Atari. A produção inicial de "ET" foi de 5 milhões de cartuchos, sendo que a maioria deles não foi vendido. Era o primeiro dos vários fracassos da Atari.

Reza a lenda (e é certo que pelo menos parte dela seja verdadeira) que os "encalhes" de E.T. foram enterrados em um deserto no Novo México, junto com material de merchandising do game. O Estado que foi palco do famoso Caso Roswell também possui milhões de E.T.'s enterrados ainda hoje!

Bem, curioso com isso tudo, há algum tempo atrás eu resolvi jogar esse "pobre infame" para conferir se era tudo isso que falavam. Eu achei fantástica a tela de abertura, com a música do E.T. e tudo e, enquanto jogava, pensava: bem, isso tudo que falam é um exagero! Até que é divertido! Mas havia um detalhe: eu não tinha a mínima idéia do que estava fazendo, o que devia fazer, cara, eu não tinha idéia de porcaria nenhuma daquele jogo. Eu só caía em uns buracos o tempo todo...



Para ajudar a solucionar os mistérios daquele "complexo game", eu assisti a um vídeo no Youtube... Era só fugir do cientista, pegar uns doces, juntar 3 pedaços de telefone, ligar pra casa e pronto! Agora eu sabia como jogar... Liguei o console denovo e, após algum tempo, em que eu tentava me convencer de que sim, aquele era um bom jogo, já estava de saco cheio... Não sei o que há nesse jogo, creio que ele não é totalmente "unplayable", como muitos dizem, mas algo nele faz com que a jogabilidade seja totalmente monótona e que você tenha vontade de jogar o controle no chão e sair na rua pregando a morte do criador dessa porcaria. Creio que a dificuldade contribua para que a situação se agrave. Dá pra entender porque esse joguinho causou esse estrago todo na Atari.

Ok, por hoje é só. E, para quem não conhece, assista ao excelente clip da banda Wintergreen, que ilustra muito bem tudo isso que eu disse: